Vem logo,
me carrega no colo.
Me retira do solo,
me levanta, me joga pro alto.
Vem, chega mais.
Os que vieram antes
já ficaram pra trás.
Me retira do ontem,
me adianta, me arranca do chão.
Vem, fica um pouco.
Segura meu corpo
pra ver se ele fica de pé.
Pelo menos um louco
ajudando o outro
pra ver se dá pra manter a fé.
Vem, mas vai logo após.
O ímã do solo me afasta de nós.
Estou grudado à gravidade.
E quando chega a idade
o ideal é não resistir.
Vem, deixa ir embora o medo.
O que era pra ser o desejo
já virou a resposta.
Já acabaram as apostas,
o resultado está na mesa.
Na hora que estourar a represa
o que afunda fica, o que flutua vai
e o que nada contra a força,
o que luta contra a corrente
é esse que vem.
Logo, logo.
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