Meu doce amor,
sei que a distância é amarga.
Desculpe-me se não te trago uma flor.
Pétalas não apagam os rastros do tempo.
Meu doce amor,
sei que a distância te azeda.
Desculpe-me se não voltei com pressa.
Mais veloz são meu lábios que meus passos.
Meu doce amor,
sei que a distância às vezes salga.
Desculpe-me se peço tanta calma.
Lembre-se dos beijos trocados no Paço.
Meu doce amor,
sei o sabor que traz a distância.
Mas o paladar sobrevive à ânsia
e nosso amor não seca como as pétalas.
Ele vira fruto mordido sem pecado.
E as sementes caídas no solo arado
fazem renascer a cada estação
o sabor do teu doce amor.