Deveria saborear a miséria aquela que quebra um coração.
Deveria passar pela cólera, ser julgada como escória;
não devia ter perdão.
Quem nos faz sofrer deveria sem dó ou piedade
ter que beber da própria maldade, sendo esquecida,
sendo banida de toda ou qualquer compaixão.
Quem nos faz sofrer deveria perder a língua,
ficar à míngua, criar uma íngua, perder o paladar.
Deveria se afogar nas minhas lágrimas,
se perder nas minhas lástimas,
sufocar na minha perda de ar.
Quem nos faz sofrer deveria se tornar analfabeto para nunca mais ler uma carta de amor.
Deveria perder o direito de ser amado,
a não ser por mim.
Ah, maldita! De todos os males que caírem sobre ti,
Ah, maldita! De todos os males que caírem sobre ti,
nenhum mais me irrita do que serem ínfimos perto da minha dor de vê-la partir.
Partir para longe mim,
partir o meu coração.
Quem nos faz sofrer?
Quem menos queríamos perder.