domingo, 17 de agosto de 2014

Canção do não-adeus

Estranho ser ninguém na sua vida.
Já não sou nem pedra no caminho.
Minha boca não é mais a preferida.
Eu perdi o gosto do seu carinho.

Onde foi parar tanta promessa?
Onde estarão as palavras de futuro?
Quando começou a tua pressa
de me largar sozinho no escuro?

Sem você tudo é frio, é tão gelado.
Sem você o nada é nova companhia.
Se lá fora o céu era cinza, era nublado,
no quarto o sol queimava toda ira.

Estranho ver alguém na sua vida.
Já há nova rota, eu sou velho caminho.
Nova boca é a tua preferida.
Novo lábio saboreia o teu carinho.

Onde foi parar tanta promessa?
Onde estão as lembranças do passado?
Quando começou a tua pressa
de buscar um novo ar, um outro amado?

Sem você continuo sob a neve.
Não busquei uma nova companhia.
Se lá fora o dia é quente, se o dia é leve,
no quarto pesa a ausência, pesa a apatia.

Estranho dar adeus à nossa vida.
Trilhar sem você o meu caminho.
Descobrir, virá nova preferida?,
E se há vida após nosso destino.

Tudo o que é nosso

Tudo o que é nosso
             sem nós
                   fica só.