quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sue Sylvester - a Diva!

Madonna ou Sue?

Veja Jane Lynch (indicada ao Globo de Ouro 2010 de Melhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Filme para TV) no papel de Sue Sylvester. É a primeira música da personagem na série. Este clip passou no final do episódio 14 (Hell-O), exibido nesta terça, dia 13 de abril, nos EUA, como um promo para o próximo episódio entitulado de "The Power of Madonna".

Sue Sylvester dance on air / William Schuester I hate you

Veja aqui o original com Madonna.

Sala de Espera

Cheguei mais cedo do que devia. São nove horas da manhã e minha consulta é só às dez e vinte. Pois bem. O que me custa esperar, não?
Não posso esquecer de contar tudo ao doutor. A dor que me acomete toda noite. Durmo sofrendo. Acordo no meio da madrugada, aos prantos - tive um pesadelo. Não durmo mais. Desabo. Me levanto quase meio-dia, e a manhã já se foi. Como qualquer coisa, doutor, nem sei o que ponho pra dentro. À tarde, trabalho um pouco, dou um jeitinho na casa e logo sinto as dores. Sofrendo, doutor. A dor me passa pelo corpo todo. Sento na poltrona, ligo o rádio e música me toca. Profundo. As lembranças, ai, doutor, me dói tanto. Agora é a cabeça. Tudo gira e se levanto não mexo as pernas. Sento novamente, desligo o rádio e os braços reclamam. Carregam tanto fardo, doutor. Esses braços não param. Carregam, levantam, puxam, empurram. Só não me seguram. Vou até a cozinha, fazer um café, beber uma água gelada, ai, doutor, me dói a garganta. Já nem choro mais - economizo uma dor. Preparo uma jantinha, coisa rápida, doutor. Tomo banho e água quente me faz tremer. Banho gelado, também. Me dói ficar limpo. Vou pra cama, sabe, doutor, e o sono não vem. Acaba a novela e me dói saber que mais um dia foi embora.
Quinze para as dez. Que demora. Não posso esquecer de contar tudo ao doutor. Das dores nas juntas. Contar ao doutor que enxergo mal - já nem me percebo mais quando passo em frente ao espelho. Me dói o ouvido esquerdo. O direito também. Está difícil ouvir minha própria voz, doutor. Quase dez horas. Vou recordando aqui antes da consulta. Assim não me esqueço.
A atendente chamou o meu nome. Obrigado menina, posso entrar? Pode. Bom dia, doutor. Novidade? Nenhuma. É o mesmo de sempre. Apenas uma dorzinha, boba, que dá quando eu vejo que não posso mais voltar atrás. O tempo passa, doutor. E isso dói. Tem cura? Tem remédio, doutor? Você pode esperar. O tempo passa, mas é você quem escolhe pra onde passa com o tempo. Eu sei, doutor. Mas, escolher não é fácil. Não se pode esperar para sempre. Em algum momento você terá que escolher. Eu sei, doutor. Mas dá uma olhadinha nessa dor nas minhas costas primeiro, sim?