quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Não quero saber de ti

Ouço teu nome.
Viro as costas.
Saber de ti é me lanhar.

Você partiu.
Lavei teus resquícios.
E quando falam de ti - não há jeito -
teu nome me cobre de chagas.

Ouço teu nome.
Faço as apostas.
Saber de ti vai me sarar?

Você partiu.
Não vi os indícios.
E se falam de ti - não há jeito -
revelam-se em mim os estragos.

Ouço teu nome.
Cicatrizes expostas.
Saber de ti só faz me cegar.

Você partiu.
Viu no fim um início.
E pra falarem de ti - não há jeito -
é preciso falar das adagas.

Ouço teu nome.
E teu nome é uma reposta.
Saber de ti é também caminhar.