quinta-feira, 14 de abril de 2011

Nos braços de Morfeu

Ah, Morfeu, me abrace bem forte
e não me solte.
Quero adormecer sem preocupação,
sem despertador,
sem pijama (esta noite fez calor).

Ah, Morfeu, me amarra
e crava em mim a tua garra.
Me faz escrava do teu feitiço.
Quero um chá de sumiço,
quero o teu mel, teu sal e teu sangue.

Deus protetor dos pesadelos,
não permita que eu acorde em plena vigília.
Quero que meus olhos permaneçam novelos
enrolados, fazendo meu ser minha própria ilha.

Ah, Morfeu, me abrace bem forte
e nunca, nunca, me solte.

Maria Moleza

Maria Moleza, tadinha,
tá na dúvida se deve ter certezas.

E fica miúda, escondida debaixo da mesa,
não se sabe se de medo
ou em busca da linha
que, fora do carretel,
se embolou na sua vida
e a distancia do céu.

Maria Moleza, coitada,
tem a inconstância como sua beleza.

E em minha ignorância,
nem aos pés de vossa grandeza,
peço que assim permaneças
e não faça trapalhadas.
Não se endureça, minha doce Maria,
cada dia mais mole,
cada dia mais fria,
cuidado que o sol enrijece,
cuidado que a lua umidece,
cuidado que o tempo te estraga,
cuidado Maria Moleza:
sendo ti tua própria riqueza,
se teu navio naufraga,
morrerás - com toda certeza.