sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Voo solo

E a dor que envolve o ser está presente.
Minhas emoções nuas gelam nos cumes de um doer pungente,
é o vento frio da solidão.

Pulo do alto vale em direção ao chão?
É o meu voo solo que não goza de companhia
nem de compaixão.

Mas quero acabar com a agonia.
Apenas ela. Minha vida eu ainda sonho em viver.

Quero poder transcrever as fantasias
nas linhas da mão que se inclinam para agir.

Mas elas não agem.

São tantos "mas" e "porém" e "só que".
Quero pular para dentro de mim.

Ternura e tocaia

Tudo que tange o teto também pode tocar a terra.
A tinta que tinge teus pelos trai o truque da fantasia.

Não me tente com seus olhos castanhos.
Não me tente com suas mãos curiosas.
Não me tente com seus sonhos insanos.
Não me tente com seus lábios cor-de-rosa.

Atente-se ao movimento do meu corpo.
Atenha-se ao horizonte e ao depois.
Atreva-se no caminho que deturpo.
Atravessa-me para que sejamos dois.

Não me tente com suas palavras bonitas.
A tentação é cruel para os fracos.
Não me ataque com seus gestos sinceros
ou com a atração que traz no abraço.

Tanto queria dizer, tanto queria criar.
Tanto queria que hoje quero tanto.

No entanto, trago um texto que retrata um tipo estranho.
Um tamanho trapo que troca os trajes para esconder o estrago.

É a travessia de fuga a caminho da toca.