quarta-feira, 17 de março de 2010

Caminhos do Coração

Queridos, de antemão já peço perdão pelo título de novela da Record.

Pois é ... tudo está na maior ordem na minha agenda. Dias cheios, datas marcadas, papéis preenchidos. Mas o que não se encaixa em horários grita por liberdade dentro de mim. Essa organização, essa formalidade, serão mesmo as coisas certas a se fazer? São mesmo a garantia da segurança? Talvez sim. Mas duvido que sejam a garantia da felicidade (e o há?).

Por motivos tais que nem sabemos os quais ideias vem e vão, passeiam por nossa cabeça. O dia, tão bem planejado pode mudar por coincidências, surpresas, sabotagens ou intenções. A agenda, com seus horários e compromissos perde o valor, já que o papel não sente.

Hoje eu devia ter saído de casa às 9h. Saí quase 10h. Demorei pois estava selecionando as músicas que queria escutar no meu mp4. Cheguei pra dar aula às 11h, quando lá devia estar desde as 10h. Tivemos aula, e depois lá almocei. Saí às 13h30; devia ter saído às 12h. Por sorte o ônibus já estava no ponto e não tardou a sair.

No caminho, ouvindo música, lendo os textos da faculdade, olhando a chuva e a paisagem, ..., me senti livre. Já estava atrasado. E como uma vez me disse uma amiga: fodido, fodido e meio ... Pensei então em não ir mais para a PUC. Quarta-feira é o dia que minha namorada mais sente saudades. Saltei no metrô de Botafogo e fui para a Central em direção à Piedade. E cá estou esperando ela chegar da faculdade dela.

Minha namorada ... tão certa do que quer. Feliz é ela. E eu? Que não sei fazer o que sinto, realizar o que professo? É essa a minha maior fraqueza e maior desafio a ser superado: a inércia. Por medo não ajo. Mas medo de quê? Nem eu sei. Quisera eu!

O pior monstro é aquele que não sabemos a cara. Pior pois não sabemos como o é e nem porquê o tememos. Esse meu monstro invisível da incerteza que acaba por seu eu mesmo. Como é que lutamos com a nossa própria pessoa? Ao fim da guerra quem em glória cantará a vitória e quem em lágrimas levará a derrota?

Pois vindo para a casa da minha namorada, ao sair do trem, tenho dois caminhos a escolher para chegar até a casa dela. Hoje escolhi o mais difícil ao mais fácil (é que esse eu acho mais bonito). E logo, ao virar em direção à essa rua, deparo-me com uma grande amiga que já não via há mais de ano.

Não sou místico para chamar coincidência de sinal (se este evento puder ser classificado por uma destas palavras). Mas como justificar que os sonhos são impossíveis? Será melhor não se preocupar com dinheiro, mas ter uma vida estranha à sua alma?

Serão devaneios juvenis? Duvido muito. Devaneios, talvez. Juvenis não. Sonhos não tem relógio ou calendário. Por isso nunca morrem.