segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Por aquilo que não vejo

Não é pela cor dos teus olhos,
ou pelo toque dos teus lábios,
ou por tuas pernas, seios
ou ombros.

Eu te amo por aquilo que não vejo,
por aquilo que não posso tocar com as mãos,
mas que me esbarra a alma.

Talvez sejamos parecidos,
talvez sejamos estranhos.
Quem poderia prever que nossas vidas se uniriam?
Mas, bastou o encontro de nossas almas,
esse leve esbarrão,
e nossos olhos também se esbarraram,
nossas mãos também se esbarraram
e enfim nossos lábios também se esbarraram.

Assim,
ainda não posso dizer que te conheço profundamente,
descrever-te seria trabalho mal-feito,
mas se quiser fazer perguntas
faça à minha alma
e ela te dirá dos teus olhos, dos teus ombros
e seios
e dirá mais ainda sobre a tua alma
e sobre a minha;
elas que se esbarram antes de nós,
na via movimentada e turbulenta das nossas existências,
se conhecem melhor do que qualquer casal longevo,
melhor do que nós mesmos,
e se amaram antes de qualquer futuro.
Parei no presente perpétuo do encontro de nossas almas:
esbarrão de leve,
fusão profunda.