sábado, 8 de agosto de 2009

Um último beijo

Não quero uma única lembrança sua.
Leve embora seus sorrisos,
leve embora seus vestidos,
seus sarcasmos, suas canções
e seus orgasmos.

Não deixe uma só lembrança, pois
quero me despir dos teus vestígios.
Varrerei da minha casa cada suspiro dado,
cada dedo marcado na mobília,
todos os beijos
e amassos trocados
nos meus corredores.
Aqui você não entra mais.
Em mim você não entra mais.

Para longe com a tua beleza,
tua voz e teus cabelos.
Não quero sinais de tua presença.
Não quero.

E, quando enfim,
tiveres me livrado de cada resquício teu,
irei entregar-me a um último beijo.
E não será seu ou de qualquer outra mulher.
Um último beijo e serei livre das tuas amarras!

Essa liberdade me valerá a alma,
agora já mais nada,
pois o valor que ela tinha
você levou com os teus anéis.

Sem medo ou pavor,
pois já era esperado
o beijo, à morte fadado:
o beijo do dementador.
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Essa poesia é o resultado da
leitura dos livros da série Harry Potter
por um medíocre poeta ...

Pra quem não sabe o que é dementador,

à Lorena, em prosa

à Lorena, minha amada, eu dedico este escrito.

Eu venho tentando escrever poemas com o teu nome. Mas, não consigo.
Posso escrever sobre flores, aves, horrores, apartamentos e bules de chá; as rimas surgem, as palavras rompem no papel.
Mas, quando tento traduzir-te em verbetes vejo que sou um poeta medíocre. Um poeta muito pequeno para a musa entoada.
Teu nome não cabe em títulos de poemas. Você não cabe em poemas. Como posso transcrever-te em versos?
Como poderia eu ousar fazer de ti rimas vãs, mas tão vãs, que não chegariam aos pés da beleza do teu olhar?
Teu corpo é demasiado belo para minguar em estrofes.
As estrofes não suportariam a ti. Arrebentariam no mero rabiscar do teu nome.
Nem meros momentos posso poemear. Nossos momentos não cabem em poesias.

Ah, meu amor! Você não cabe em rimas, em versos ou estrofes, mas cabe em mim.
Eu venho tentando escrever poemas com o teu nome. Não consigo.
Mas tenho teu nome marcado, gravado, sacramentado em meu coração.
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Sei que este texto não é digno de ser-te oferecido.
Mas, já disse Chico Buarque:
"mesmo sendo errados os poetas,
os seus versos serão bons".