No fundo da estante,
atrás dos porta-retratos,
coberto de poeira,
sinto falta do teu tato.
E aqui, assim, distante, penso
se ainda lembras o meu formato.
Se estou aqui de brincadeira
ou se esse é o meu infinito entreato.
Sonho o dia em que me queiras novamente.
Vais me pegar e me dar um abraço,
e lembrar de quando me ganhou de presente
dentro de um pacote enrolado num laço.
Mas, não. Já são anos que correm,
e eu aqui. Esquecido num canto.
Sou este souvenir de quem já não lembram mais.