cada dia uma surpresa,
uma beleza de emoção.
Essa mulher vira quem ela quiser,
faz da casa um teatro,
um show de interpretação.
Faz Amélia, faz Jocasta,
faz Maria, faz de graça
as feminas que ela quer.
É Penélope,
é Medéia,
Marquerite, Dulcinéia,
é a minha Capitu.
Minha esposa, quando em casa,
pode ser tantas que eu não vi.
Lady Macbeth, Julieta,
Lolita,
Emma Bovary.
Mulher do médico, Karenina,
minha esposa é minha menina,
minha Lolita, minha Polyana.
Mas chega uma hora
(e é a hora da cama)
em que eu digo:
Chega de drama.
Vem ser real,
ser minha mulher.