Não consigo fazer poemas
sem olhar o teu sorriso
Quem diria que tudo o que preciso
é essa extensão de dentes
maxilar siso
canino molar
e a língua, claro, pra molhar os lábios
os que dizem as palavras que eu quero ouvir.
Que diziam.
Não! Sua voz não está calada.
Está distante. E se algo diz
é para outro ouvido
que talvez julgas ser mais
interessante.
E agora minhas folhas seguem em branco.
Às vezes molham se caem lágrimas.
Às vezes secam o meu rosto.
Às vezes lixo.
E me pergunto:
esse que agora te dá outra atenção,
outro beijo, outro abraço,
outro gozo, outro prato...
dá ele também poema?