Veio sorrateira, devagar e leve.
Deitou ao meu lado e acompanhou-me nos sonhos.
Dormimos bem, não foi? Que sono bom!
Ah, pra que cobertores se tenho a ti dormindo ao meu lado?
Não sei de onde vem esse teu calor que me priva de lãs e moletons.
Teu corpo me esquenta de tal forma que não há gelo que permaneça gelo perto de nós.
Sou feliz por tê-la
comigo.
Silenciosamente deixas o meu quarto.
Saiu sorrateira, devagar e leve.
Levou consigo a paz do meu dormir.
Dormiu bem, foi? Eu não.
Ah, pra que cobertores se meu coração congelou e não há mais o que se fazer.
Não sei porque fui tão, mas tão tolo para acreditar que a chama não se apagaria.
Teu corpo me esquentava e o gelo derretido fez-se rio que desagua meus sonhos no mar.
Queria tanto tê-la
de volta.
Silenciosamente voltas ao meu quarto.
Retornou sorrateira, devagar e leve.
Se dormi bem? Foi ... Dormi.
Não consegui dizer-lhe a verdade.
Para que dizer que meu coração fez-se gelo se agora o mesmo ardia em brasas?
Ah, pra que cobertores se tenho o teu corpo para sentir-me vivo?
Não sei porque fui tão, mas tão tolo para duvidar do seu retorno.
Onde fora? Já não me importava.
Prefiro acreditar que ela tenha ido buscar mais combustível.
Meu amor é inflamável e preciso das cicatrizes.
Queria tanto tê-la
agora.
E eu a tenho.
Silenciosamente, dentro de mim.