sábado, 31 de dezembro de 2011

O carrasco sabe quando mostro os dentes

Faz falta penar as dores;
Foram muitos sorrisos
consecutivos
inconsequentes.

O carrasco sabe quando mostro os dentes
A sorte sabe as cartas que tenho na mão
O penhasco é o que fica após o chão
A morte é apenas o passo à frente

Faz falta penar as dores;
Foram muitos gritos
aprisionados
dentre os dentes.

A guilhotina sabe onde fica o pescoço
O nó sabe da forca o início
A jovem menina não sabe o que é vício
O homem velho já não sabe ser moço

Faz falta penar as dores;
mas o tempo é injusto e veloz
traz de volta o pior dos odores:
o perfume da morte, do amor, do algoz.