terça-feira, 27 de agosto de 2013

Sou, em um ato

A arte pulsa e jorra da fonte do desejo.
Meu complexo de édipo se amamenta da coxia.
Os três sinais são anjos anunciadores.
Meu pai é o som que vem da platéia.
Eu sou um movimento e uma palavra,
sou um corpo e um sentimento,
sou tantos que nem me aguento
de estar apenas um.

A arte pulsa e jorra desejo da minha fronte.
Caem as máscaras.
Visto as que convém.
Quem me chama pelo nome
esquece que estou muito além.
Eu sou um movimento e uma palavra,
sou texto, imagem e som.
Sou um corpo e um sentimento,
sou do palco e este é meu dom.

 A arte pulsa e jorra do meu corpo.
O palco é meu desejo.
A coxia meu unguento.
Sou ator, cria de dores;
sou ator, banco de amores;
sou ator, irmão dos atores.