quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Amor de Outono

Amor que nasce no Outono está fadado ao fim?
Amor que nasce amarelo poderá chegar à cor carmim?
Amor que nasce seco, quebradiço,
amor sem viço, esse.

Amor que nasce no Outono
não floresce, nem dá frutos.
É um amor que não é quente,
e nem frio.
Mas como é belo esse amor de Outono.
Fica tão bonito no porta-retrato.
Seco, morto,
eterno na lembrança
como uma folha seca,
desidratada,
guardada pelo puro egoísmo do ter.
Guardada para manter entre as mãos
o que um dia soprou vida.

Outonos de amores que
nunca chegam ao fim.
Eles vão e
voltam e
voltam
e amarelam as folhas
como fizestes em mim.