quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Tempo contradiz seu contratempo

Depois? Mas não era agora?
Vai que esgota o tempo
e vamos embora?
O que será de nós dois?

Vê se te esmera
que a espera não vigora.
Para entrar dei um dos bois,
mas dou a boiada pra não ficar de fora.

Não quero demora.
Tenho medo do que sois
e do que foste outrora.
Vai que acaba o nosso tempo?

Pois que o tédio aflora
e põe a vida na penhora.
A paciência já se opôs
e quer dar fim à sua labora.

Já sou uma senhora
e não sonho com chuva de arroz.
Vai que é o fim dos tempos
e não se foge e sem se devora.

Vai que é este o fim da história
e o tempo diz que é a sua hora?
Pois se não der pra fazer agora
talvez se possa deixar pra depois.