quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Meu querido pintor

Meu querido,
continue a tua procura
que eu sou mesmo camuflado.

Enquanto buscas minha figura
eu me escondo nos teus quadros.

Meu querido,
qual a palheta que escolheste?
Quais matizes? Quais texturas?

Quais as cores e pincéis
pintarão os teus papéis?
Como a moldura irá vestir
o modelo que se desnuda?
Qual será a assinatura
nesta tela deflorada?

Meu querido,
finalize a tua pintura
que eu sou obra inacabada.

Um comentário:

Yke Leon disse...

Percebo uma metalinguagem aí, onde o escritor e o leitor é o mesmo personagem. É como se você estivesse falando a si próprio sobre o que você - e você - não poderiam esquecer: a vida é sempre rascunho.

Yke Leon,
www.revolutear.com