quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tempestade

Cai a chuva
e logo é temporal.
Não tivemos tempo;
molharam as roupas do varal.

Tempestade, tempestade,
com seus raios e trovões,
faz de mim, um céu escuro,
luz e fogo com os teus clarões.

As gotas - tão pesadas -
caem como bombas.
Mísseis planejados?
Não sei.
Minha pólis devastada
já não posso responder.
Meu chão não tem fronteira
pra reter o temporal.

Alaga minhas vias,
faz correr nas minhas ruas
o mar de sofridão.
Lágrimas caídas dos olhos de lua,
maré sobre faces,
desaguou coração.

A chuva parou.
Logo secarão as roupas do varal.
Mas não secará a dor encharcada
de sangue e de lágrimas
que a tempestade trouxe ao meu céu escuridão.

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