Simplesmente Eu. Clarice Lispector é um espetáculo imperdível. Beth Goulart interpreta (com maestria), dirige e escreve esta obra teatral que trata da vida e da obra de Clarice Lispector. Ainda emocionado com este trabalho lindo, acho melhor deixá-los com as palavras da própria Beth Goulart e em seguida uma entrevista muito interessante feita em 1977 com Clarice Lispector.
Encontro com Clarice Lispector
O que me levou a fazer Clarice Lispector no teatro foi o mistério do espelho, a identificação que sinto por ela. A vontade de trazer mais luz sobre esta mulher que revolucionou a literatura brasileira, redimensionou a linguagem falando do indizível com a delicadeza da música, usando a escrita como uma revelação, buscando o som do silêncio ou fotografar o perfume. “A arte é o vazio que a gente entendeu” diz Clarice.
Quero atingir o vazio de mim mesma para refletir a profundidade desta mulher que conhece o segredo das palavras e suas dimensões. O questionamento, é a busca constante do artista diante de sua escolha, como ela, eu gosto de intensidades.
Há dois anos mergulhei num processo de pesquisa para escrever este roteiro lendo tudo o que podia de sua obra e livros biográficos. Fiz dois workshops com Daisy Justus, psicanalista, especializada em Clarice Lispector, que analisa sua obra sob a ótica da psicanálise. Vi e ouvi tudo o que podia sobre ela, suas entrevistas, fotos, o depoimento no MIS, a entrevista póstuma na TV Cultura, enfim me tornei uma esponja de tudo o que se referia a ela.
Neste olhar apaixonado escolhi sua obra para recontá-la. Construí um corpo narrativo com trechos de entrevistas, depoimentos e correspondências que preparam os personagens que irão se apresentar ao público como desdobramentos dela mesma. Os temas abordados são reflexões sobre criação, vida e morte, Deus, cotidiano, palavra, silêncio, solidão, arte, loucura, amor, inspiração, aceitação e entendimento.
Clarice é muito pessoal em seus escritos e todos os seus personagens tem algo de si mesma. Acho que Joana de “Perto do coração selvagem” talvez seja a mais parecida com sua essência criativa e indomável. Ana do conto “Amor” é a dona de casa e mãe dedicada que Clarice certamente foi. Lori de “Uma Aprendizagem ou O livro dos prazeres” vive em cena as descobertas do amor e A Mulher do conto “Perdoando Deus” é uma bem humorada auto-critica.
Beth Goulart
NÃO PERCA!!!
3 comentários:
Te invejo muito! Estava doido para ver! Ah Clarice... *-*
não li absolutamente nada. Só passei pra dizer EU VI OS NORMAIS 2 !!!!!! vc tinha rasão é muito bom!!!!
bjaum amigo literata... vc sabe q eu naum curto ler.... ogo é bem dificil qeia esse post sobre a tia clarissinha
Nota-se, Karla, pelo seu vocabulário e português o quanto você costumar ler...
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