A palavra constante
que tatua a pele nua
não é marcada com lápis,
não é marcada com giz.
A palavra constante
que tatua a pele nua
é marcada com língua e unha
com suor, com lágrima, com saliva.
A lástima da qual ninguém se esquiva
é que nada apaga a palavra constante.
Uma vez sobreposta, jamais eliminada.
A página na qual tudo se publica
é a que revela a palavra constante.
Uma vez lida, jamais silenciada.
A palavra constante, marcada, sangrada,
vestiu a pele nua de significados e significantes.
Cobriu a epiderme de vogais, de consoantes,
de pontos,
de vírgulas, de indagações.
A leitura da pela, outrora nua,
é obrigatória. É escolar. É secular.
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