Era uma vez um rapaz e uma moça.
Cada qual tinha um mar,
cada qual tinha uma poça.
O mar tinha suas mil infinitudes,
era amplo e profundo e quase grande como o mundo.
A poça não tinha nada.
Só um palmo de água e suas decrepitudes.
Não sei se por medos das ondas
ou pavor das correntezas
os dois tinham medo do mar
e não viam as suas belezas.
E achavam que a poça era segura
pois dava pé e estava à mão.
Ora, mas que situação!
Com tanta água pra rolar
consideram a que está em inanição?
Pobre rapaz, pobre moça ...
Ao invés de se aventurar no mar,
acabaram se afogando na poça.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Noite inata
Acordei sorrindo
com a certeza de que dormiria ao teu lado.
Contei os segundos
e, entre ábacos e arabescos, eu vi a noite cair
para dar lugar ao calor de nossa paixão.
Colhi um lírio no canteiro dos justos
e lá estava eu, prestes a encontrá-la -
o coração á espreita de um gesto teu.
Cheguei no teu prédio
e já podia sentir o sabor dos teus lábios.
Bati em tua porta
mas você não apareceu.
Um recado foi-me entregue.
Não era letra tua escrita
naquele papel qualquer,
entregue por um alguém que não sabia o que somos nós.
Despi o sorriso da minha noite
e o lírio colhido para adornar o leito,
a flor que trouxe guardado no peito -
desfiz-me como se desfaz de uma lágrima amarga.
A nossa noite, jazendo inata,
é agora apenas noite solitária,
afundada no manguezal da solidão.
com a certeza de que dormiria ao teu lado.
Contei os segundos
e, entre ábacos e arabescos, eu vi a noite cair
para dar lugar ao calor de nossa paixão.
Colhi um lírio no canteiro dos justos
e lá estava eu, prestes a encontrá-la -
o coração á espreita de um gesto teu.
Cheguei no teu prédio
e já podia sentir o sabor dos teus lábios.
Bati em tua porta
mas você não apareceu.
Um recado foi-me entregue.
Não era letra tua escrita
naquele papel qualquer,
entregue por um alguém que não sabia o que somos nós.
Despi o sorriso da minha noite
e o lírio colhido para adornar o leito,
a flor que trouxe guardado no peito -
desfiz-me como se desfaz de uma lágrima amarga.
A nossa noite, jazendo inata,
é agora apenas noite solitária,
afundada no manguezal da solidão.
0
Post Scriptums
Marcadores:
poesia
Assinar:
Postagens (Atom)