quinta-feira, 14 de abril de 2011

Maria Moleza

Maria Moleza, tadinha,
tá na dúvida se deve ter certezas.

E fica miúda, escondida debaixo da mesa,
não se sabe se de medo
ou em busca da linha
que, fora do carretel,
se embolou na sua vida
e a distancia do céu.

Maria Moleza, coitada,
tem a inconstância como sua beleza.

E em minha ignorância,
nem aos pés de vossa grandeza,
peço que assim permaneças
e não faça trapalhadas.
Não se endureça, minha doce Maria,
cada dia mais mole,
cada dia mais fria,
cuidado que o sol enrijece,
cuidado que a lua umidece,
cuidado que o tempo te estraga,
cuidado Maria Moleza:
sendo ti tua própria riqueza,
se teu navio naufraga,
morrerás - com toda certeza.

Nenhum comentário: