terça-feira, 15 de novembro de 2011

Eu tenho um amigo

Eu tenho um amigo que é muito misterioso.
Cada passo seu é um segredo.
Cada fala uma charada.
E me pergunto se meu amigo
é aprendiz de esfinge.

Eu tenho um amigo que às vezes some.
Cada passo seu não deixa rastro.
Cada fala parece um sussurro.
E me pergunto se meu amigo
de propósito se esconde.

Eu tenho um amigo que é poeta.
Cada passo seu é um verso.
Cada fala uma entrelinha.
E me pergunto se meu amigo
me escreve ou me lê.

5 comentários:

Yke Leon disse...

Eu tenho um amigo que precisa de um espelho
Pois o outro é só o reflexo
Do que ele mesmo
Demonstra em si.

Todo esse mistério
Toda essa superstição
É uma maneira de continuar um mito
Por trás do pacato cidadão.

Nordestinamente falando,
esse cabra é unha na ferida
pois por detrás do homem letrado
mora o George que acorda bandida.

( E que essa resposta nunca seja incluída
Na minha biografia oficial )

George Luis disse...

Eu tenho um amigo que mora no Olimpo.
Mas quando visita o chão
transfigura a sua forma.

Todo esse mistério
Toda essa ilusão
É uma maneira de mascarar o mito
que jaz no falso cidadão.

Então, hermeneuticamente falando,
essa resposta rimada e fingida,
nada mais é do que fuga e mentira
pra não provar quem é de fato bandida.

Yke Leon disse...

Nesta tréplica rimada
Que mais parece um cordel
Vou logo me despedindo
Sem esse papo de Olimpo e Céu.

Meu negócio é agora
Não ontem, nem aqui.

Se o cidadão que vos fala
Também for o que vos ouve
Não há necessidade
de tornar a dizer.

Não sei se me fiz claro,
mas nem era essa a intenção.
Não sou lâmpada, nem lamparina,
para acender na tua mão.

Por isso, genealogicamente falando,
Caso fosse de nascida
O que tu diz só tem valor
Quando é da boca da verdadeira bandida.

George Luis disse...

"Mas ninguém me reconhece
Como grande cidadão
É cidadão, é cidadão, é cidadão
Agamamou, love love love
Jhôu Jhôu"

vale a pena disse...

Gozado! Eu também tenho um amigo assim. Será que é o mesmo?