Queimei os meus papéis.
Tranquei meus cadernos
juntos com os meus anéis.
Disfarço-me de iletrado
e mascaro a minha poesia.
Tornei-me despoemado;
hoje ando de cabeça erguida.
E por desfazer-me do teclado
não escrevo e nem mais crio.
E sinto-me longe do pecado
mas não mais longe do vinho.
E sofro sendo este novo ser;
ser que nada externiza.
O corpo quer esconder
mas a alma insiste e eterniza.
Voltarei para a vida pregressa!
Volto a beber o leite da letrada teta.
Volto às palavras em pressa.
Reencontrei as minhas canetas.
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