sexta-feira, 8 de julho de 2011

Olha, menina

Olha, menina ...
Eu sou uma farsa.
Mas, agora, sou eu quem
rechaça toda a minha alegoria.

Olha, menina,
hoje dou fim à toda mentira
e à toda trapaça.
Dispo-me das minhas fantasias,
outrora brilhantes,
hoje cheias de traças,
e me meto dentro de uma veste
que não é de pano,
mas sim de fumaça.

E enevoado, menina,
eu me ponho a dispersar
na primeira ventania.

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