O homem me olha.
Diretamente nos meus olhos.
Não me questiona, não me intimida.
Mas me olha.
Não me conhece, não me ignora.
Não me estristece, não me comemora.
Não me pede as chaves e nem vai embora.
O homem apenas me olha.
Diretamente nos olhos.
Fixamente me olha.
Não me experimenta, não me joga fora.
Não me odeia e nem me adora.
Não me pergunta do tempo, não me pergunta das horas.
O homem me olha.
Constante e certo ele me olha.
Diretamente nos olhos.
Se eu virar o rosto ele vira também?
Viro o meu rosto.
Ele vira também.
Somos o mesmo.
Eu não sou mais o mesmo.
E ele continua tão bem.
Eu olho para mim.
Diretamente nos meus olhos.
O eu quero de mim?
Um comentário:
Faz tempo que eu não comento...Mas essa poesia é de fato muito boa. Há nela uma mistura de insinuações que são dissipadas, causando surpresas. e afinal, é o máximo do narcisismo.
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