Teus braços preferidos
onde choravas as dores.
Mas feri os teus sonhos
quando disse palavras
que não foram pensadas
antes de nascer.
E neste parto malquisto,
abortei teu olhar confiante.
Agora olhas para os meus braços
e vês flácido o teu antigo refúgio.
Preferes um outro ombro,
uma outra fortaleza.
E nisso me feres, mas
quem fere primeiro já não tem mais direito
de sentir-se vitimado.
E enquanto sofro,
assistindo as consequências dos meus atos,
tento reconquistar o horizonte dos teus olhos.
Tento fazer dos meus escombros
novamente fortaleza.
Novamente os teus braços preferidos.
Fazer com que ainda vejas beleza
nas minhas palavras;
Com que ainda veja sutileza
nos meus gestos;
Com que ainda veja amor
na expressão do meu desejo;
fazer com ainda tenha fé
quando não crês mais na minha oração.
Em ruínas,
em reforma,
e rogando a ti.
Piedade da tua fortaleza.
Pois és tu a minha pedra fundamental.
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