Na cama,
somos cobertos apenas pelo véu quasenegro
da pouca luz.
Nossos corpos nus,
numa famigerada dança,
faz coreografia de passos sujos
e gestos carnais.
Eu te tomo entre os meus lábios,
te mordo, e salivo ao bel-prazer
do teu sabor doce e molhado.
Tomai, todos, e comei:
isto é o meu Corpo
que será entregue por vós.
Como um vampiro, sedento de sangue,
quero sugar o que corre dentro de ti.
Como criança que brinca na lama,
quero me lambuzar na fonte do teu gozo,
me inundar nos teus gemidos
e me banhar no teu suor.
Tomai, todos, e bebei:
este é o cálice do meu Sangue,
o Sangue da nova e eterna aliança.
E todos os dias,
a cada furtiva sensação de torpor,
pense em mim e em nossos momentos de gritos e sussurros,
de pele e sentidos,
de instintos e pulsões.
Fazei isto em memória de Mim.
Um comentário:
Um tanto sacrílego para os religiosos, este poema é lindo e profundo. Meus parabéns. Senti-me nele plenamente. Como vc escreve bem!
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