Subiu no bonde, veja,
e nem sabe pra onde vai ...
Esse menino moleque
que corre na minha rua,
joga bola e pião,
corre na minha rua atrás de pipa
e de balão, mas
quando some na esquina da minha rua
não sei mais pra onde vai,
não.
Esse menino sobe no bonde
e viaja o bairro como se fosse o mundo.
De cada casa ele faz um novo país.
De seus moradores, ele faz estrangeiros.
Por isso o menino sonha no bonde que é poliglota.
Desça do bonde menino!
Mas, desça só quando ele parar.
E então me leve menino
neste bonde,
não sei pra onde,
mas me leve.
Quero fazer meus próprios mundos,
quero sumir nas esquinas
como faz você menino
quando corre na minha rua.
Onde é a estação do bonde,
menino?
De onde ele vem e pra onde ele vai?
Quero fugir do meu mundo,
menino, mas não sei ...
cadê o bonde?
Cadê você, menino?
Veja ...
pulou do bonde correndo,
e continua correndo pela minha rua
sumindo na esquina
como somem os meus sonhos e os meus mundos.
Meu bonde passou.
Será que ainda posso correr atrás do
bonde do meu destino qual não vi?
Não sou mais menino, mas ...
Ouço o sino ao longe.
É o meu bonde!
Cadê esse menino?
Veja ...
lá volta ele correndo minha rua acima
com a pipa na mão.
É tão belo o menino cheio de sonhos e sujo de terra.
Admirei o menino e perdi minha condução ...
Então ... vou sumir na esquina da minha rua
e só volto de bonde,
correndo saltarei em minha rua,
não com pipas,
mas com sonhos nas mãos.
2 comentários:
Ah, George! Se eu soubesse onde está o ponto deste bonde, palavra que eu te dava a maão para subir nele.
Toda vez que você escreve com essa simplicidade me lembra os Los HErmanos! Adoro♥
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