terça-feira, 1 de setembro de 2009

Partida certa

Desce até o jardim.
Vim até aqui implorar-lhe o beijo de despedida.
Venha até a mim
e me dê a certeza que é hora da partida.

Pela janela do teu quarto sinto o teu movimento e
presencio a tua vontade de não me ver.
Pelo visto, fui tomado pelo teu esquecimento,
fui banido do teu bem-querer.

Não desceste até o jardim.
Não faz mal, Estela, não faz mal.
Agora que não me queres,
me tornaste o teu igual.

Agora parto em fuga das tuas ideias.
Parto pra nunca mais te ver.
Parto e vou-me contente.
Parto pra não ser você.

Igual somos no mesmo desejo.
Tu não me queres,
e eu não quero mais te querer.

Somos iguais no mesmo desejo.
A mim não vieste,
ao jardim não desceste.
É minha hora de partir.

2 comentários:

Lorena de Assis disse...

Então quando sair daí, passa aqui em casa ;)

Raquel Ramos disse...

Queria ter a audácia de abandonar minha Estela assim :~