sábado, 22 de agosto de 2009

Carícias

Não são palavras que me prendem na tua boca.
Aliás, poucas são as palavras que dizes.
És uma mulher de ações, de atos.

Aja então mulher!
Faz em mim a jornada do teu prazer.
Percorra em mim os caminhos,
desbrava a mata densa,
mas cuidado com as feras que ela esconde.

Na tua jornada é bom ser cautelosa.
Sei que nada temes, mulher,
mas tome cuidado.
Confias mesmo no monstro que te protege?
Ouve bem o que digo: teu monstro pode te trair!
Ele e a fera que habita as matas estão mancomunados.

Usa das armadilhas que conheces,
usa as mesmas que usou comigo!
São eficientes, e sabes disso.
A fera da mata não tem defesas às tuas arapucas.

Assim, irá dominá-la como estou hoje eu.
Me mordeu, me arranhou, me tomou como seu.
Use as tuas armas, mas não use palavras.
Não foram elas que te fizeram mulher.

4 comentários:

Raquel Ramos disse...

Nossa mãe! Nem tenho palavras..

Lorena de Assis disse...

É até pecado escrever a palavra "mãe" depois de ler isso...

Unknown disse...

Bichinho, cê tem o dom.
Parabéns.
Gostei ;-)
=**

vale a pena disse...

Ninguem te ganha na poesia, nem Drumond.