Há paixonites.
E mesmo que nos irrite,
não é fantástico olhar alguém?
Desejá-la,
e mesmo que não haja o encontro,
saber que no ato de admirá-la
há um quê de completude.
Não. O teu sorriso não me ilude.
Talvez me alimente. Mas
certamente não de expectativas.
E se aquele que cativas
é tua responsabilidade,
livro-te de qualquer culpa.
Minha vontade se conscientiza das possibilidades.
O fardo de querer-te
não ficará leve
a partir de um mero flerte.
E tudo bem.
Nem sempre se tem
quem se quer.
Mas querer-te bem
vai muito além de querer-te, mulher.
Seja apenas quem és
e seja feliz.
Quem sabe assim
uma força motriz
nos coloque lado a lado.
Ou, num giro do mundo,
outra face me desconcerte
e me traga novo rumo,
um novo olhar para admirar,
mergulhar e me perder.
sábado, 27 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
Toques em rota
Datas, fatos, sabores
Teus lábios tanto disseram
Eu ouvi grande parte
Mas teu lábios distraíam
Lados, topos, arredores
Teus lábios revelaram
Eu quis romper limites
Mas teus lábios longe estavam
Pêlos, tatos, licores
Paladar teus lábios me privaram
Eu quis sentir inteiro
Mas teus lábios se molharam
Dissimularam-se
E você com teus dedos,
Tais como condões,
Tocaram os meus
E me enfeitiçaram
Fábulas , lendas, contadores de história
Dizem dos lábios pra fora
Eu os desvirtuo
Mas teus lábios abençoam
Beijo que não quebra feitiço
Beijo que amarra o quebranto
Na língua se faz sacrifício
Na saliva, líquido santo,
Se instaura um novo mandante:
Teus lábios.
0
Post Scriptums
Marcadores:
poesia
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
Velhos inimigos
Mais de meia noite e bateram à porta.
Não abri, Estou cansado. Com sono.
Mas o que não é feito de carne, o que nunca foi
e nem nunca será pó,
passa pelo concreto e cá está ao meu lado.
Faz tempo que eu só sorria.
Havia esquecido o que faz a tua companhia,
caríssimo.
Pronto, nublado. Pode esperar um pouco pra começar a chuva?
Obrigado.
Sempre gentil.
Não abri, Estou cansado. Com sono.
Mas o que não é feito de carne, o que nunca foi
e nem nunca será pó,
passa pelo concreto e cá está ao meu lado.
Faz tempo que eu só sorria.
Havia esquecido o que faz a tua companhia,
caríssimo.
Pronto, nublado. Pode esperar um pouco pra começar a chuva?
Obrigado.
Sempre gentil.
0
Post Scriptums
Marcadores:
poesia
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
Fenômenos naturais
É um tempo estranho
A nuvens cobrem o céu e o sol
Se chove, arco-íris - gracejo -
Se nubla, chumbo -
despejo de luz
A nuvens cobrem o céu e o sol
Se chove, arco-íris - gracejo -
Se nubla, chumbo -
despejo de luz
O vento não refresca nem muda a planta de lugar
Ele mexe as folhas mas não mexe na raiz
Ele mexe as folhas mas não mexe na raiz
Se calor, sol queima a floresta
Se frio, geada estraga a colheita
O que nos resta senão a rarefeita fé?
Se frio, geada estraga a colheita
O que nos resta senão a rarefeita fé?
Que chova
Que faça sol
O frio e o calor independem do tempo
Temperatura é fenômeno natural
Logo, inexplicável
Que faça sol
O frio e o calor independem do tempo
Temperatura é fenômeno natural
Logo, inexplicável
0
Post Scriptums
Marcadores:
poesia
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Com afeto e sinceridade para a senhorita Daza
Te vi na rua, Fermina
Rondava felina pelas calçadas
bailando entre vitrines e camelôs
Não me leve a mal, Fermina
mas não tenho talento para Juvenal
o tempo que o destino me exige
me é inafiançável
Cinquenta anos é demais para quem não tem ar no instante em que te vê.
Rondava felina pelas calçadas
bailando entre vitrines e camelôs
Não me leve a mal, Fermina
mas não tenho talento para Juvenal
o tempo que o destino me exige
me é inafiançável
Cinquenta anos é demais para quem não tem ar no instante em que te vê.
0
Post Scriptums
Marcadores:
poesia
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
Quantas coisas ele tem
Ele tem o desejo
E essa grande vontade
Tem também a beleza
E talvez vaidade
Ele tem a palavra
que de nada é incauta
Tem também nos olhos
a centelha que falta
Ele tem o sorriso
que te busca no fim
Ele tem tantas coisas
e também tem a mim
E essa grande vontade
Tem também a beleza
E talvez vaidade
Ele tem a palavra
que de nada é incauta
Tem também nos olhos
a centelha que falta
Ele tem o sorriso
que te busca no fim
Ele tem tantas coisas
e também tem a mim
0
Post Scriptums
Marcadores:
poesia
Assinar:
Postagens (Atom)