sábado, 25 de dezembro de 2010

Saudades em era high-tech

Pixels expressam na tela
aquilo o que tento dizer.
Por favor! Não feche a janela.
Ainda há muito o que escrever.

Veja a barra piscando.
É a pressa do meu coração.
Laranja é a cor latejando -
e em coro a minha aflição.

Minhas frases vão se sobrepondo,
cada uma na sua vez.
Desse jeito eu vejo se escondo
as lágrimas sobre a minha tez.

Treme a tela e um som meio estranho
sai em busca da tua atenção.
Quando vens, quero ver o tamanho -
o tamanho da tua paixão.

Sem o toque dói mais a distância.
Sem sentir sua pele e torpor.
Sinto sim a saudade e a ganância
de ser vivo e queimar em teu calor.

Dito isso, meu amor, minha amada -
sim é triste, mas - tenho que partir.
Desligo o pc da tomada,
fecho os olhos e tento dormir.

Mas o sono não supera a saudade
teclo letras e envio um adeus.
Boa noite, amor - que vontade ...
queria teu corpo no meu.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Combinemos assim

Vamos rir a cada três minutos;
sejamos justos (com nós mesmos mais ainda);
gaste mais no que for bom;
observe os que andam na rua;
olhe pela janela;
entre numa rua desconhecida;
jogue fora o que não te serve;
olhe o relógio:
ria.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Souvenir

No fundo da estante,
atrás dos porta-retratos,
coberto de poeira,
sinto falta do teu tato.

E aqui, assim, distante, penso
se ainda lembras o meu formato.
Se estou aqui de brincadeira
ou se esse é o meu infinito entreato.

Sonho o dia em que me queiras novamente.
Vais me pegar e me dar um abraço,
e lembrar de quando me ganhou de presente
dentro de um pacote enrolado num laço.

Mas, não. Já são anos que correm,
e eu aqui. Esquecido num canto.
Sou este souvenir de quem já não lembram mais.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sonho nato

Eu vejo os dias passar.
Cada vez que abro meus olhos de um sono cansado
tenho a esperança de que terei o meu sonho acordado.
É. Quero que alguém sacuda o meu sonho
até que ele chore. Que abra a garganta,
como um bebê que acaba de nascer.
Esse choque do meu sonho com o mundo
será tão lindo, tão doce, tão inocente.
Mas meu sonho que vem do inconsciente
é forte para os perigos do mundo.
O meu sonho que me conhece mais do que eu
saberá se defender das armadilhas que contruo para mim.
Ele tem as artimanhas. Eu só tenho a minha peçonha.
Mas cobra quando se pica não morre. Toma soro anti-ofídico.

Quero acordar com o meu sonho.
Quero o despertar da minha nova manhã.
Meu sol multi-colorido, minha chuva de suco de manga,
minhas nuvens de almofada macia.
Meu sonho não é mais fantasia.
Minha realidade é a mais pura melodia
do pássaro que voa livre e feliz.

Meu sonho fugiu das algemas do impossível.
Ele é desperto, é nato.
Este sonho virou fato.
Qual será o próximo? Ah ... imprevisível.