Não são palavras que me prendem na tua boca.
Aliás, poucas são as palavras que dizes.
És uma mulher de ações, de atos.
Aja então mulher!
Faz em mim a jornada do teu prazer.
Percorra em mim os caminhos,
desbrava a mata densa,
mas cuidado com as feras que ela esconde.
Na tua jornada é bom ser cautelosa.
Sei que nada temes, mulher,
mas tome cuidado.
Confias mesmo no monstro que te protege?
Ouve bem o que digo: teu monstro pode te trair!
Ele e a fera que habita as matas estão mancomunados.
Usa das armadilhas que conheces,
usa as mesmas que usou comigo!
São eficientes, e sabes disso.
A fera da mata não tem defesas às tuas arapucas.
Assim, irá dominá-la como estou hoje eu.
Me mordeu, me arranhou, me tomou como seu.
Use as tuas armas, mas não use palavras.
Não foram elas que te fizeram mulher.
4 comentários:
Nossa mãe! Nem tenho palavras..
É até pecado escrever a palavra "mãe" depois de ler isso...
Bichinho, cê tem o dom.
Parabéns.
Gostei ;-)
=**
Ninguem te ganha na poesia, nem Drumond.
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