quinta-feira, 26 de maio de 2011

Malícia no País das Maravilhas

Alice, quem foi que te disse
que essa meninice ainda te dá valor?
Deixe de babaquice, esquece essa meiguice
e vem mostrar o teu amor.

Dispa-se, Alice, te toda a beatice,
que eu não quero essa chatice
na hora de enrijecer.

Ice sua sandice,
vista-se com a minha tolice;
me namora no anoitecer.

Alice, quem foi que te disse
que essa criancice ainda ia durar?
Deixe de canalhice, que eu não quero ser vice
nessa arte de amar.

Colírio altitude

Caro amigo de olhos aéreos,
teu olhar vagueia em horizontes vermelhos.
Será que são tão sérios
esses problemas escondidos na toca do coelho?

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Em cartaz: "Um Violinista no Telhado". Mazel'Tov!


Ontem, quarta-feira, dia 18 de maio de 2011, assisti à pré-estreia de "Um Violinista no Telhado" no Teatro Oi Casa Grande.

O que vem das mãos da dupla Möeller/Botelho nós aprendemos a não temer. Só ansiar. Sempre que o anunciam o próximo trabalho, lá estou eu em busca de novidades; quase que diariamente. Saber que montariam "Um Violinista no Telhado" não foi diferente. Acompanhei cada informação, cada foto, cada boato, cada vídeo ... A data da estreia vinha chegando e meu coração batendo mais forte, ao ritmo da trilha de Jerry Bock e Sheldon Harnick.

Criei o hábito de me embeber da história de um musical antes de ir assistí-lo (até onde vão as minhas possibilidades, é claro): foi assim com Gypsy (ouvi as versões originais da Broadway, Londres e México, os revivals, assisti o filme com Rosalind Russel e o filme pra tv com Bette Midler, e por aí vai ...), com Nine (o filme de 2009) e tantos outros.
Com "Um Violinista ..." não poderia ser de outra maneira: reassisti o filme que já tinha assistido tantas vezes, busquei tudo o que pude sobre ele, li nos livros sobre a Broadway que tenho ... fui imergindo na belíssima história e na música que traz esse espetáculo.

E eis que sou abençoado por estar no lugar certo e na hora certa e ganho um ingresso para assistir à pré-estreia de "Um Violinista no Telhado". Ter a oportunidade de fazer parte da primeira plateia foi uma emoção à parte.

Pois bem, o que é José Mayer, gente? Como Tevye (seu personagem no musical) diz que vivendo na tradição o homem sabe quem é e o que Deus espera que ele faça, Zé Mayer sabe quem é e o que o público espera que ele faça. O ator domina o palco e o público com toque de mestre. Somos o seu Deus e os seus fiéis. Inegável dizer que para o grande público a escolha dele para protagonista de um musical gerou surpresa. Mas que bela surpresa! Uma voz belíssima!

Soraya Ravenle compõe a sua Golda com uma verdade que nos faz amá-la e compreendê-la mesmo quando não concordamos com os seus posicionamentos. As meninas que fazem as três filhas mais velhas estão lindamente interpretadas por Rachel Rennhack, Malu Rodrigues (uma das vozes mais lindas do espetáculo) e Julia Bernat (que emociona com o seu olhar, vale a pena acompanhá-la em cena mesmo quando não faz parte da ação central).

Os outros atores (são mais de 40 em cena!) são de talento e profissionalismo indiscutível. Serei injusto com os outros mas irei destacar algumas alegrias particulares: Ada Chaseliov, Marya Bravo, Cristiana Pompeo e Kelzy Ecard. Mulheres que adoro ver no palco! E que show à parte é a cena do sonho de Tevye!!! Eu é que não me meto com Fruma Sarah ...

E para completar a fofolice da peça, que mimo o menino que fez o violinistinha!

Toda a equipe técnica está impecável: maquiagem, cenário, figurino, orquestra e efeitos especiais (UAU!).

As versões de Claudio Botelho traduzem todo o sentimento do espetáculo, em especial "Tradição", "Ah, Se Eu Fosse Rico", "O Sonho de Tevye", "Você Me Ama?", "Longe do Meu Lugar" e "Longe do Meu Lugar" ... ok ... todas, gente ... eu amo mesmo, fazer o quê?

A direção de Charles Möeller faz Anatevka parecer um lugar que todos conhecemos, mesmo que seja dentro de nós. E eu não queria mais sair de lá quando acabou. Lágrimas me acompanharam praticamente nas quase três horas de espetáculo. Passou tão rápido ... Mas meu trem partirá para essa vila muitas e muitas vezes. Voltarei à Anatevka quantas vezes eu puder!

Bem ... como nem tudo é perfeito, chegou a hora das ressalvas ... Fica a dica, produção do espetáculo: é ultra necessária a implantação de lenços de papel junto ao programa (que está lindo, aliás).

Mazel'Tov e corram para o teatro!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Coração sitiado

Parece que agora que não me tens,
é quando mais sou seu.

Agora que não me podes,
é que sugas mais o que é meu.

Foste embora no mundo,
e é outro colo que te consola,
é outro prato que te sustenta,
é outro corpo que te namora,
é outro corpo que te frequenta.

Ah como anseio ...
Possuí-la, degluti-la,
começa-la, defini-la,
protegê-la, despi-la.

Tomar o fruto de tuas oliveiras
pisá-lo em tua glória;
ofertá-lo à padroeira
e bebê-lo em expiatória.

És meu pecado e minha benção.
Minha certeza e negação.

E se minha paixão é proletária,
tu, és latifundiária em meu coração.

terça-feira, 17 de maio de 2011

But he is Woody Allen!


Can we say that he is handsome?
Well I don't think so ...

Can we say that he is hot?
I'm sure I cannot ...

Can we say that his eyes make us cry,
that his hair drives us wilde
or that he is filled with style?

No.

But he is genious,
he is gorgeous,
he is Woody Allen.

domingo, 15 de maio de 2011

Para inspirar ...

Agora que estou fazendo curso de sapateado só quero saber disso!!!

Este vídeo é do ensaio aberto que houve para a imprensa nova-iorquina do revival na Broadway do musical Anything Goes, de Cole Porter.

Estrelando a estupenda Sutton Foster, o elenco conta ainda com a participação de Joel Grey.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Musa em dia de chuva

Levemente molhada pelas primeiras gotas de chuva,
te vejo levar-me para a tua vida atráves desse beijo roubado
na frente do seu portão.
Puxo teu corpo para perto do meu.
Não posso proteger-te das tempestades,
mas serei aquele que só deixará a chuva rolar sua face abaixo.
Ó, mulher amada! Sonhei com tuas formas repousando entre os meus braços por diversas noites.
Hoje, enfim, possuí teus olhos verdes, sua boca pequena, teu cabelo claro,
tua pele morena de sol.
Arco-íris nasce em meu horizonte.
É teu sorriso e a chuva na minha noite amanhecida.
Eternizada na cumplicidade que o nosso encontro enamora.
Mora em mim, musa inspiradora.
Ultrapassando os teus portões, é à mim que tu invades.